DESENVOLVIMENTO MEDIUNICO
Texto Extraído do Livro: MISSIONÁRIOS DA LUZ, Do Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Muitos aprendizes costumam esquecer que se encontram no mundo em serviço de retificação do preterito e de auto-iluminação, estacionando em falsos caminhos. Dai, a seu
tempo, surge o veneno sutil da ociosidade, que sempre busca os conselhos de sua mentora, a complacencia, para fazer as ocultas, o que bem entendem. Permanecer com elas na falsa atitude de conselheiros, seria desempenhar o papel da complacencia frente da ociosidade criminosa.
Havia sempre o que aprender. E constituia enorme satisfação seguir o ativo missionario das atividades de comunicação. – Hoje, a noite – disse-me o devotado amigo -, observara algumas demonstrações de desenvolvimento mediunico. Aguardei as instruções com interesse. No instante indicado, compareci ao grupo.
– He muito lenta e dificil a transição, entre a animalidade grosseira e a espiritualidade superior. Nesse sentido, ha sempre, entre os homens, um oceano de palavras e algumas gotas
de ação. Nesse instante, os primeiros amigos do plano carnal deram entrada no recinto. O diretor proferiu tocante prece, no que foi acompanhado por todos os presentes. Dezoito pessoas mantinham-se em expectativa. – Alguns – explicou Alexandre – pretendem a psicografia, outros tentam a mediunidade de incorporação. Infelizmente, porém, quase todos confundem poderes psiquicos com funções fisiologicas. Acreditam no mecanismo absoluto da realização e esperam o progresso eventual e problematico, esquecidos de que toda edificação da alma requer disciplina, educação, esforço e perseverança.
Ninguém pode trair a lei impunemente, e, para subir, Espirito algum dispensara o esforço de si mesmo, no aprimoramento intimo. Dirigindo-se, de maneira especial, para os circunstantes, o instrutor recomendou: – Observemos. Postara-se ao lado de um rapaz que esperava, de lapis em punho, mergulhado em profundo silencio. Ofereceu-me Alexandre o seu vigoroso auxilio magnetico e contemplei-o, com atenção. Os nucleos glandulares emitiam palidas irradiações. A epifise, principalmente, semelhava-se a reduzida semente algo luminosa.
– Repare no aparelho genital – aconselhou-me o instrutor, gravemente. Fiquei estupefato. As glandulas geradoras emitiam fraquissima luminosidade, que parecia abafada por aluvioes de corpusculos negros, a se caracterizarem por espantosa mobilidade. Começavam a movimentação sob a bexiga e vibravam ao longo de todo o cordao espermatico, formando colonias compactas, nas vesículas seminais, na prostata, nas mucosas uretrais, invadiam os canais seminiferos e lutavam com as celulas sexuais, aniquilando-as. As mais vigorosas daquelas feras microscópicas situavam-se no epididimo, onde absorviam, famelicas, os embriões delicados da vida orgânica. Estava assombrado. Que significava aquele acervo de pequeninos seres escuros?
São bacilos psiquicos da tortura sexual, produzidos pela sede febril do prazer inferior. Tem sido cultivados por este companheiro, nao so pela incontinencia no dominio das emoções proprias, por experiencias sexuais variadas, mas tambem pelo contato com entidades grosseiras, que se afinam com as predileções dele, entidades que o visitam com frequencia, a maneira de imperceptiveis vampiros. Este rapaz ainda nao pode compreender que o corpo fisico e apenas leve sombra do corpo perispiritual, não se capacitou de que a prudencia, em materia de sexo, e equilíbrio da vida e, percebendo as nossas advertencias sobre a temperança, acredita ouvir remotas lições de aspecto dogmatico, exclusivo, no exame da fe religiosa.
A pretexto de aceitar o imperio da razão pura, na esfera da logica, admite que o sexo nada tem que ver com a espiritualidade, como se esta não fosse a existencia divina e energia eterna. O erro de nosso amigo e o de todos os religiosos que supoem a alma absolutamente separada do corpo fisico, quando todas as manifestações psicofisicas se derivam da influenciação espiritual. Não saira do meu intraduzível espanto, quando o instrutor me chamou a atenção para um cavalheiro maduro que tentava a psicografia. – Observe este amigo – disse-me, com autoridade -, não sente um odor característico? Efetivamente, em derredor daquele rosto palido, assinalava-se a existencia de atmosfera menos agradavel. Semelhava-se o corpo a um tonel de configuração caprichosa, de cujo interior escapavam certos vapores muito leves, mas incessantes. Via-se-lhe a dificuldade para sustentar o pensamento com relativa calma.
Não tive nenhuma duvida. Deveria ele usar alcoolicos em quantidade regular. Vali-me do ensejo para notar-lhe as singularidades organicas. O aparelho gastrintestinal parecia totalmente ensopado em aguardente, porquanto essa substancia invadia todos os escaninhos do estomago e, começando a fazer-se sentir nas paredes do esofago. Espantava-me o figado enorme. Toda a estrutura do orgão se mantinha alterada. Com terrivel ingurgitação, e tambem o baço apresenta anomalias estranhas.
– Os alcoolicos – esclareceu Alexandre, com grave entonação – aniquilam-se vagarosamente. Você esta examinando as anormalidades menores. Este companheiro permanece completamente desviado em seus centros de equilibrio vital. Todo o sistema endocrino foi atingido pela atuação toxica. Inutilmente trabalha a medula para melhorar os valores da circulação. Em vão, esforçam-se os centros genitais para ordenar as funções que lhes são peculiares, porque o alcool excessivo determina modificações deprimentes sobre a propria cromatina. Debalde trabalham os rins na excreção dos elementos corrosivos. O pancreas, viciado, não atende com exatidao ao serviço de desintegraçao dos alimentos. Profundas alteraçoes modificam-lhe as disposições do sistema nervoso vegetativo e não fossem as glandulas sudoriparas, seria talvez impossivel a continuação da vida fisica.
O instrutor colocou-me, em seguida, ao lado de uma dama simpatica e idosa. Apos examina-la, atencioso, acrescentou: – Repare nesta nossa irma. E candidata ao desenvolvimento da mediunidade de incorporação. Observando-me a estranheza, o orientador falou em meu socorro: – Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação. Todas as suas glandulas e centros nervosos trabalham para atender as exigencias do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa. Tornando-se presa de seres de baixa condição.
E por que me conservasse em silencio, incapacitado de argumentar, ante ensinamentos tao novos, o instrutor considerou: – Perante estes quadros, voce pode avaliar a extensão das necessidades educativas na esfera da Crosta. A mente encarnada engalanou-se com os valores intelectuais e fez o culto da razao pura, esquecendo-se de que a razao humana precisa de luz divina. O homem comum percebe muito pouco e sente muito menos. Ante a eclosao de conhecimentos novos, em face da onda regeneradora do Espiritualismo que banha as nações mais cultas da Terra, angustiadas por longos sofrimentos coletivos, necessitamos acionar as melhores possibilidades de colaboração, para que os companheiros terrestres valorizem as suas oportunidades benditas de serviço e redenção.
Compreendi que Alexandre se referia, veladamente, ao grande movimento espirita em virtude de nos encontrarmos nas tarefas de uma casa doutrinaria, e não me enganava, porque o bondoso mentor continuou a dizer, gravemente: – O Espiritismo cristão é a revivescência do Evangelho de Jesus Cristo, e a mediunidade constitui um de seus fundamentos vivos. A
mediunidade, porem, não e exclusiva dos chamados mediuns. Todas as criaturas a possuem, porquanto significa percepção espiritual, que deve ser incentivada em nos mesmos. Não bastara, entretanto, perceber. E imprescindivel santificar essa faculdade, convertendo-a no ministerio ativo do bem.
A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, não se dispõe aos serviços preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem, inexoravelmente, a matéria e o espírito, localizando-os em campos opostos, quando nós, estudantes da Verdade, ainda não conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outro, integrados na certeza de que toda a organização universal se baseia em vibrações puras. Inegavelmente, meu amigo – e sorriu -, não desejamos transformar o mundo em cemitério de tristeza e desolação. Atender a santificada missão do sexo, no plano respeitável, usar um aperitivo comum, fazer uma boa refeição, de modo algum significa desvios espirituais; no entanto, os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores. Ora, para os que se trancafiam nos cárceres de sombra, não é fácil desenvolver percepções avançadas. Não se pode cogitar de mediunidade construtiva, sem o equilíbrio construtivo dos aprendizes, na sublime ciência do bem-viver.
– E por que motivo não dizer tudo isto aos nossos irmãos congregados aqui? Por que não adverti-los austeramente?
– Não, André. Tenhamos calma. Estamos no serviço de evolução e adestramento. Nossos amigos não são rebeldes ou maus, em sentido voluntário. Estão espiritualmente desorientados e enfermos. Não podem transformar-se dum momento para outro. Compete-nos, portanto, ajudá-los no caminho educativo. O orientador deixou de sorrir e acrescentou:
– É verdade que sonham edificar maravilhosos castelos, porém, sem base; alcançar imensas descobertas exteriores, sem estudarem a si mesmos; mas, gradativamente, compreenderão que mediunidade elevada ou percepção edificante não constituem atividades mecânicas da personalidade e sim conquistas do Espírito, para cuja consecução não se pode prescindir das iniciações dolorosas, dos trabalhos necessários, com a autoeducação sistemática e perseverante. Excetuando-se, porém, essas ilusões infantis, são bons companheiros de luta, aos quais estimamos carinhosamente, não só como nossos irmãos mais jovens, mas também por serem credores de reconhecimento pela cooperação que nos prestam, muitas vezes inconscientemente. Os tenros embriões vegetais de hoje serão as árvores robusta de amanhã. As tribos ignorantes de ontem constituem a Humanidade de agora. Por isso mesmo, todas as nossas reuniões são proveitosas, e, ainda que seus passos sejam vacilantes na senda, tudo faremos para defendê-los contra as perigosas malhas do vampirismo.
Fonte: MISSIONÁRIOS DA LUZ, Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, 17ª
Edição FEB, pgs. 26 a 34; textos escolhidos por Gastão Crivelini e digitados por Bernadete Bin
Crivelini. Distribuição gratuita. Balneário Camboriú/SC, 26 de novembro de 2014.
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